Saídas. FAP perdeu 98 pilotos entre 2004 e 2007, sendo 84 dos quadros permanentes
A Força Aérea Portuguesa (FAP) ainda não sabe quantos pilotos vai perder em breve, ao abrigo do concurso de admissão à TAP que terminou no passado dia 1.
Diferentes fontes da FAP mostraram-se, no entanto, pessimistas sobre a matéria, à luz do que tem sucedido em anos anteriores e por aquele concurso dever ser o único que a TAP abre este ano.
Fontes da TAP disseram ao DN que foram recebidas cerca de cem candidaturas, para um número estimado de duas dezenas de vagas. O processo está na fase inicial de selecção e recrutamento, devendo estar concluído no segundo trimestre do ano. Quanto à origem dos candidatos, há elementos da Força Aérea, de várias companhias aéreas e escolas civis, adiantaram.
Segundo fontes do ramo, a frota dos C-212 Aviocar poderá ser a mais afectada, não tanto pelo número de saídas que se possam registar mas porque, até ao fim de 2009 ou mesmo 2010, as tripulações vão operar também os novos aviões de transporte C- -295. "Haverá capacidade" para evitar problemas na operação destes aparelhos, que começam a chegar em Junho, afirmou um responsável da FAP ao DN. "A sustentação do 212 é que poderá ser problemática", admitiu.
Tal situação deve-se ao facto de os Aviocar terem de continuar a voar ao mesmo tempo que os C-295 durante quase dois anos, para que as missões militares e de interesse público não sejam prejudicadas durante as fases de certificação dos novos aviões, de qualificação das tripulações e de aceitação operacional dos aparelhos.
Pelo menos três pilotos dos Aviocar, um deles piloto-aviador (PILAV), deverão deixar a FAP, o que também explica o recente fim da missão em São Tomé.
Em relação aos F-16, uma das fontes garantiu ao DN que "não há saídas" previstas de pilotos daqueles caças.
Os registos da FAP revelam uma "fuga" de 98 pilotos nos últimos quatro anos, na sua grande maioria formados na Academia da Força Aérea (os chamados PILAV). Os restantes eram oriundos do regime de contrato (os PIL), que deixam obrigatoriamente a Força Aérea ao fim de seis anos.
Por ano, registaram-se 23 saídas em 2004 (17 das quais PILAV); 18 em 2005 (16 PILAV); 22 em 2006 (18 PILAV) e 35 em 2007 (33 PILAV). Neste último ano, 16 dos 33 pilotos- -aviadores não tinham condições de saída e optaram por pagar as indemnizações de milhares de euros que os libertavam das obrigações militares. "Um co-piloto da TAP ganha mais do que o chefe do Estado-Maior da Força Aérea", explicou recentemente ao DN o titular deste cargo, general Luís Araújo, defendendo a aplicação de medidas adicionais - leia-se "aproximar os suplementos dos pilotos daqueles que se pagam na aviação civil" - à do simples aumento de tempo exigido aos PILAV para sair sem pagar indemnizações (de oito para 12 anos).
Fonte: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Força Aérea espera sofrer nova sangria de pilotos
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