América Latina já representa 10% da receita da Embraer

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fap22
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América Latina já representa 10% da receita da Embraer

Mensagem por fap22 »

A terceira região que mais cresce em número de passageiros – no último ano alcançou o índice de 7% de crescimento contra 4% registrados pela economia mundial – a América Latina se consolida, definitivamente, na estratégia comercial da Embraer. Hoje o mercado latino-americano já representa 10% das vendas totais para o segmento de aviação comercial e a meta é que, nos próximos 20 anos, esse número se mantenha, no mínimo, na faixa de 8%.

"Para esse período estamos prevendo uma média de 580 de nossas aeronaves de 30 a 120 assentos em operação na América Latina", destacou a Alex Glock, vice-presidente de marketing e vendas de aviação comercial para a América Latina da Embraer, ao MERCADO&EVENTOS em visita realizada nesta quarta-feira (30/01) à sede da fabricante em São José dos Campos, São Paulo.

Essa estimativa, segundo Glock, está baseada na percepção de que a região ainda tem uma demanda reprimida de passageiros a ser atendida e de destinos não servidos. O desafio é mostrar que os jatos de até cem lugares atinge a mais comunidades e proporciona um serviço de melhor qualidade, seja para o segmento regional ou até mesmo para as empresas de conceito low cost, e que oferecem um serviço de bordo mais completo. "Para isso apostamos no alto grau de eficiência e na diferenciação do produto a cada país", enfatiza o vice-presidente.

Os assentos apenas com poltronas duplas instalados nos modelos Embraer 145, 170, 190 e 195 e os corredores mais espaçosos para facilitar a movimentação no momento de embarque e desembarque foram algumas das sugestões propostas pelas empresas aéreas na fase de desenvolvimento desses aviões. "Além de agilizar a saída dos passageiros, a aeronave fica menos tempo no solo e o atendimento no ar é mais confortável", completa.

Essa iniciativa resultou à Embraer a marca de 1.700 aeronaves desses modelos vendidas e a previsão de chegar num prazo de 20 anos com um total de 7.450 aviões comerciais em atividade no mundo - a vida média das aeronaves é de 25 anos. A idéia é fazer com que a área de aviação comercial tenha uma participação de 60% no faturamento anual da empresa já em 2010. Para isso serão investidos nesses dois anos cerca de US$1 bilhão em pesquisa, infra-estrutura, equipamento e treinamento. Em 2007, a Embraer registrou um faturamento bruto de US$ 5,7 bilhões e a expectativa para 2008 é alcançar a cifra de 6,5 bilhões.

Entre a clientela latino-americana da Embraer destacam-se a Aeromexico Connect (México) Taca (El Salvador), Copa Airlines (Panamá), Satena e Aero Republica (Colômbia) e Tame (Equador). O Brasil é um dos poucos países em que a Embraer ainda não conseguiu ingressar efetivamente. Apesar de honrar o compromisso de pagamento de um pedido de compra de 40 aviões Embraer 195, a Bra quebrou e saiu do mercado nacional.

Brasil – De acordo com Alex Glock, a falta de oportunidade do mercado de aviação comercial brasileiro é o que impede a Embraer de atuar no país. A média de passageiros por avião em vôos domésticos é bem mais baixa que o número total de assentos oferecidos. Embora o número de brasileiros que viajam anualmente seja de 33 milhões, os destinos ofertados vem diminuindo na mesma proporção.

"No Brasil, o passageiro viaja 30% a mais do que a própria aeronave. Ao invés de ser desenvolvida uma malha regional que não dependa das grandes capitais, optou-se por manter o passageiro sofrendo com conexões e isso só tem a prejudicar o turismo no país", explicou. Para ele, essa situação é fruto da pouca competitividade e da oferta de serviços aéreos. "Isso é resultado de um mercado onde duas companhias tem todos os passageiros a sua mercê e não há necessidade de diferenciar o produto, apenas diminuir custos", salientou Glock.

O vice-presidente também aponta o lento processo de massificação do transporte aéreo, não somente no Brasil, mas em toda a América latina. E para reverter esse quadro, é preciso, segundo ele, promover uma competição leal entre as companhias, uma lei de dumping que oriente o setor e, especialmente, investimentos em infra-estrutura de aeroportos. Ou seja, colocar em prática uma política de incentivo para que as empresas regionais atuem em determinado destino não coberto pela grande.

Alex Glock acredita que o país poderia seguir o modelo de atuação norte-americano, onde a própria cidade prepara sua infra-estrutura local para receber vôos por entender os benefícios econômicos que esse serviço traria ao destino. "O mercado brasileiro precisa começar a pensar a aviação como pensamos ao pegar um táxi ou um ônibus. Se houvesse interesse das empresas aéreas do país, a Embraer poderia, em parceria, servir o Cone Sul da América Latina com uma malha eficiente, integrando o sul do Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Chile com uma aeronave de até 120 assentos, estimulando assim, o turismo na região", finalizou Alex Glock.